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AOG 2022 Analisa Como Privatizar e Financiar o Crescimento das Empresas Petrolíferas Nacionais de África

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Disponível em inglês.

As principais partes interessadas de Angola e da Namíbia avaliaram o papel atual e o futuro potencial das companhias petrolíferas nacionais africanas (NOC no acrónimo inglês) num painel estratégico no segundo dia do evento Angola Oil & Gas (AOG) 2022, uma vez que os NOC tomam agora medidas concretas em todo o continente para aumentar a eficiência, cortar custos, estimular a rentabilidade e transformarem-se em companhias energéticas competitivas, ágeis e integradas

Moderado por Manuel Mota, Partner de Auditoria da EY, o painel foi composto por Patrício Vilar, Presidente do Conselho de Administração, IGAPE (Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado); Baltazar Miguel, Membro do Conselho Executivo, Sonangol; e Immanuel Mulunga, Diretor Executivo da NAMCOR (Corporação Nacional de Petróleo da Namíbia).

Uma das mais importantes reformas no setor de petróleo e gás em Angola foi o Programa de Regeneração da empresa petrolífera nacional Sonangol, que reorientou as suas atividades para a cadeia de valor primária de E&P e reposicionou este NOC como concorrente dos operadores internacionais. Ao concluir a sua fase final em Junho de 2021, o programa atingiu vários êxitos fundamentais — incluindo o aumento anual das receitas operacionais, a conclusão de novas aquisições sísmicas e o lançamento de vários projetos de refinação e armazenamento — através da sua reestruturação abrangente a servir de modelo para outros NOCs.

“Ao longo deste processo de reestruturação do setor, tivemos a visão de que a Sonangol deveria concentrar-se nas suas atividades principais e melhorar o seu desempenho. Os ativos que não eram nucleares foram postos de lado”, disse Miguel. “Abrimos a privatização até 30%, evoluindo para uma OPI. Este processo já começou. Lançámos um concurso internacional, no qual participaram mais de 17 instituições estrangeiras.”

“A nossa companhia petrolífera nacional não era uma companhia para-estatal — era um estado dentro de outro estado”, observou Vilar. “Já privatizámos 84 empresas estatais; das 60 unidades industriais, privatizámo-las praticamente a todas.”

O painel identificou como os NOCs podem avaliar a disponibilidade do mercado para a privatização e como podem competir mais eficazmente com os operadores internacionais no mercado livre.

“Quão pronta está a Sonangol para uma OPI? Foram identificadas as práticas das organizações listadas nas bolsas de valores e as lacunas que a Sonangol tem nas suas próprias práticas, e foi definido um roteiro para a implementação de processos corretivos. Estamos atualmente a iniciar esta implementação”, acrescentou Miguel.

Para muitos países africanos produtores de petróleo e gás, os NOC servem de ponte entre os interesses dos setores privado e público e são responsáveis pela maior parte das receitas governamentais. Contudo, as empresas petrolíferas estatais africanas continuam a enfrentar limitações financeiras — muitas vezes subsidiando orçamentos governamentais — e exigem um maior acesso ao financiamento para catalisar o seu crescimento.

“Agora que finalmente fizemos descobertas e procurámos encontrar ativos produtivos fora da Namíbia, temos de voltar às nossas raízes e concentrar-nos no nosso upstream. Estamos em conversações com o Afreximbank e outras instituições financeiras para garantir que obteremos o capital necessário para investimentos nas áreas upstream”, disse Mulunga. “Tradicionalmente, a nossa base de receitas e ativos tem sido bastante pequena, mas graças às descobertas e à produção de ativos que estamos agora a perseguir, existe vontade de investir na Namíbia.” 

O painel concluiu ao explorar as futuras contribuições dos NOCs no setor e o seu papel de liderança na construção da nação e na diversificação económica. Tendo em conta a transição energética global em curso, os membros do painel discutiram como os NOCs africanos podem construir carteiras de energia mais diversificadas e sustentáveis.

“Já estamos a produzir 150 MW de energia limpa”, declarou Miguel. “Temos estado comprometidos com a produção de hidrogénio verde com duas empresas. Temos um projeto de carbono que tem sido coordenado com uma ONG local. Temos muitas outras iniciativas que temos sido capazes de implementar no âmbito da transição energética. O sistema bancário global está a exigir que mostremos através dos nossos projetos o que a Sonangol está justamente já a fazer em matéria de descarbonização e proteção ambiental.”

“Se não tivermos uma narrativa forte acerca daquilo que vamos fazer, então não obteremos financiamento”, afirmou Vilar. “Não abandonemos o que nos sustenta. Continuemos a maximizar o que temos, minimizando ao mesmo tempo o impacto ecológico. Essa deverá ser a nossa preocupação.”

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